sábado, 6 de dezembro de 2008

Efemérides Académicas (16)

6 de Maio de 1849: Inauguração de um teatro mandado construir pelos estudantes que serviu até se fazer o de D. Afonso Henriques, no Convento de S. Francisco, com a representação do drama em 5 actos “O Cigano”.

14 de Abril de 1850: À noite, representaram os (estudantes) curiosos, no teatro, um novo drama em 4 actos, “Uma Vingança”, a 1.ª composição do vimaranense João Machado Pinheiro de Melo (1º Visconde de Pindela). A cena passa-se na antiga Espanha e o drama mereceu os aplausos dos entendedores e do público. O autor e os curiosos foram chamados fora e aplaudidos com entusiasmo, lançando-se várias coroas e algumas prendas ao jovem autor que é de certo um moço de muito mérito e de esperanças (notícia do “Periódico dos Pobres do Porto”.) O mesmo jornal, no seu nº 94, em correspondência de Guimarães, depois de apreciar o drama, diz “ Todos os actores andaram muito bem; o senhor Tomás Pinto de Almeida Carvalhais no papel de D. Henrique de Vilhena, o senhor Rodrigo Martins da Costa no papel de D. Macias, o sr. Sebastião no papel do judeu Aben-zarsal, o senhor Almeida no de D. Gastão, brilharam muito, e os espectadores lhes deitaram as bem merecidas coroas e penhorados do merecimento do drama e do seu bom desempenho fizeram sair ao palco todos os actores, o autor do drama e Domingos (frei) de S. Miguel Durães, que se havia imortalizado nas vistas da sala régia rodeada de escudos de armas, e na do cárcere todo em abóbadas de gosto gótico “não é lisonja, é um dever ao seu merecimento, e quem as vir não poderá deixar de as admirar “), e nesta ocasião a todos tributaram os mais merecidos louvores, recitaram-se duas poesias em glória do autor e a comissão do teatro, em prova de gratidão, ofereceu ao autor um livro com um tinteiro em cima, tudo feito de linha pelas delicadas mãos da excelentíssima senhora dona Joaquina Carolina de Santa Rosa de Lima e Almeida, religiosa no convento das freiras dominicanas desta vila, de quem as obras deste género são bem conhecidas em todo o reino. A Farsa foi o Vaudeville que também bem desempenhada. Foi grande a concorrência, chegando a vir gente de Braga e outras terras remotas da vila, e todas se retiram satisfeitas eram duas horas da noite. Ao autor do drama “A Vingança”:

Ouve palmas, que palmas retumbam/ Olha os louros, que a glória te dá;/ Vai colhê-los, cantor, que mais louros/ Ainda a glória, o porvir te dará. / Oh! Não canse teu grande talento !/ Olha avante, cantor divinal ! / Oh! Não pares, que estarei tão bela/ vai teu nome tornar imortal./ Olha avante; não vês no futuro / Nova estrela, tão meiga a surgir ? / É o génio a tecer-te mil loas, / Que hás-de ainda na fronte cingir.

D. Ana Amália de Sá “.

28 de Novembro de 1850: A câmara faz duas representações à Rainha, em uma, pede: criação de uma cadeira de aula para meninas, nesta vila, com ordenado anual de 90$000 rs., metade o Tesouro e metade a Câmara, sem mais vencimento; e criação de uma escola de ensino primário, reclamada pelas freguesias de Tagilde, S. Paio e S. Faustino de Vizela, Gémeos, Serzedo, Calvos e S. Cristóvão da Abação, numa delas, por não terem pública nem particular, e ter acabado a única gratuita instituída pelo fundador do convento da Cruz – na outra, pede: para que os tabeliães na renovação dos prazos se regulem pelas antigas vedorias, medições e confrontações, sem mais cometerem o abuso de exceder os limites do prazo antigo, sob severas penas.

27 de Dezembro de 1852: Decreto criando a escola de educação de meninas desta vila; e em 30 de Abril de 1858 foi aberto concurso para prover a mesma escola com o ordenado de 90$00 reis, pagos metade pela câmara municipal e metade pelo tesouro público.

23 de Setembro de 1854: A Câmara representa ao regente D. Fernando, pedindo uma aula de lógica - filosofia racional e moral - .

5 de Dezembro de 1856: Não obstante chover todo este dia, os estudantes saíram com o seu pregão, e só se recolheram das 9 horas da noite.

6 de Dezembro de 1856: Os estudantes festejaram na forma do costume, não obstante a chuva, a qual foi continuada depois do meio dia, pelo que apareceram poucas exibições, porém, à noite, terminaram com uma mascarada, quadro vivos, etc., grátis, no teatro de D.

6 de Dezembro de 1861: Os Estudantes não fazem as suas festas brinquedos, “do S. Nicolau”, por estar de luto a Nação pela morte de El-Rei D. Pedro V.

9 de Janeiro de 862: Decreto criando nesta cidade uma cadeira de matemática, geometria e língua francesa em curso bienal. Foi aberto concurso por 60 dias perante os reitores dos liceus nacionais de Coimbra, Lisboa e Porto para provimento da cadeira e principiou a contar-se em 1864.

5 de Dezembro de 1862: O Bando foi feito pelo José (Fatinho) Ferreira Mendes de Abreu e recitado pelo (Menino de Ouro) Domingos Ribeiro da Costa Sampaio.

6 de Dezembro de 1862: Festa dos Estudantes: tudo o costume, nesta tarde dois bailes.

[in Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria. Manuscrito da SMS.]

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segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Efemérides Académicas (15)

6 de Dezembro de 1843: Lê-se na “Revista Universal Lisbonense”, jornal redigido por António Feliciano de Castilho, o seguinte: - “Máscara Histórica – A festa de S. Nicolau em Guimarães é popular e antiga na terra. Este ano foi ainda mais luzida do que nos precedentes. A dança dos mascarados principalmente, esteve muito para ver: entre outras figuras apareceu nela uma representando um egresso a pedir esmola aos ricaços, que herdaram todos os seus bens, estando ele ainda vivo! O pensamento foi aplaudido geralmente”.

2 de Março de 1844: Francisco Pedro da Costa Rocha Viana, “O Venâncio”, professor régio de latim nesta cidade, natural da de Viana, casa com D. Maria de Oliveira, filha dos seus estalajadeiros, Manuel Francisco,”O salpicão”, e Quitéria Maria, da praça de Nª Sª da Oliveira.

5 de Dezembro de 1845: “Véspera de S. Nicolau – Saiu logo de manhã uma exibição arremedando os Engenheiros das Estradas, por varias ruas da vila, e tendo-se recolhido os Estudantes de fazer a exibição, mandou o administrador proibir as máscaras por um Edital, o qual foi tirado logo por os Estudantes irem pedir ao administrador para que tolerasse o saírem com máscaras, o qual anuiu, uma vez que apresentassem por escrito uma declaração dos empregados das estradas pela qual se mostrasse que se não achavam ofendidos”. P.L.

6 de Dezembro de 1845: Houve a função de S. Nicolau nesta vila segundo o antiquíssimo costume, não saindo um carro e uma dança chinesa, por causa da chuva. A dança ficou transferida para outro dia. P.L.

5 de Dezembro de 1846: “Saíram os Estudantes com o seu Bando conforme o antiquíssimo costume, sendo brilhante pelas muitas figuras que levava, como Minerva, Vénus, a Fama, etc., todas ricamente vestidas. Apesar dos acontecimentos políticos que tinham havido em toda a Província, e com especialidade nesta vila, esta função fez-se com o maior sossego possível”. P.L.

6 de Dezembro de 1846: “Houve nesta vila a função de S. Nicolau, conforme o antiquíssimo costume, havendo sossego em todo o dia, apesar de se esperar o Barão do Casal com a força de tropa de linha que tinha em Trás-os-Montes e que tinha chegado no dia antecedente a Amarante (Este general e a sua tropa era a favor da Rainha e do seu Governo de Lisboa) e estarem em ordem de marcha os voluntários d'El Rei”. P.L.

5 de Dezembro de 1847: Sai pela 1.ª vez impresso o Bando dos estudantes.

[in Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria. Manuscrito da SMS.]

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