"Copiaremos dum jornal a origem deste costume antiquíssimos.
"No último quartel, talvez, do século passado, um cónego da I. e R. Colegiada legou aos rapazes coreiros em seu testamento uma renda, constando de certa medida de castanhas e maçãs, imposta numa sua quinta de Santo Estêvão de Urgezes.
Os coreiros iam ali todos os anos, no dia de S. Nicolau, recebê-la, vindo depois a cavalo e em hábitos de coro oferecê-la às pessoas mais gradas da terra.
Esta velha usança, depois de renhidas demandas e peripécias, passou para os estudantes de latim em Guimarães, que deram ao caso a aparência duma grande festa com cavalhadas, com mascarados, danças, pregão em verso, algum dos quais se deve à pena inspirada do mavioso poeta e distinto médico João Evangelista, exibições, serenatas, espectáculos teatrais, tudo anunciado pela bandeira escolástica, pomposa e solenemente içada na noite do dia 29 de Novembro no Campo do Toural, tendo lugar o resto e o mais ruidoso da festa nos dias 5 e 6 de Dezembro.
Era isto um privilégio tão exclusivo dos estudantes vimaranenses, que quem se atrevesse a violá-lo, embora pertencesse à classe mais distinta, era irremediavelmente mergulhado no tanque do antigo Chafariz do Toural.
No próximo número ofereceremos aos nossos amáveis leitores mais alguns apontamentos sobre estes festejos."
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