Continuação deste artigo.
Tradições escolásticas do culto «Nicolino» em Coimbra.
S. Nicolau, Bispo, segundo o agiológio, ressuscitara três estudantes assassinados por um estalajadeiro em terras de França. Neste prodígio de milagre está o triunfo da eleição do Santo à excelsa categoria de Patrono dos estudantes, destacando-se neste reconhecimento, primeiro que Guimarães, a Universidade de Coimbra.
De facto, compulsando os estatutos deste primeiro estabelecimento de ensino, relativos a 1589, neles se consagra o dia 6 de Dezembro, a S. Nicolau.
A exteriorização deste culto desdobrava-se em procissão, espectáculos, danças, folias.
Camões, cuja vida escolar em Coimbra decorre de 1539 a 1542 - segundo Teófilo Braga -, dá-nos conta da existência de festas e exibições teatrais em honra de S. Nicolau, no seu auto - «El-rei Seleuco».
Diz nele certo personagem: «Tu fazes já melhores argumentos que moços de estudo por dia de S. Nicolau.»
Um destes argumentos teatrais - acrescenta o autor da «História da Literatura Portuguesa» - constituía o tema de um Mistério Sacro onde se representava o milagre dos três estudantes ressuscitados por S. Nicolau, e o arranjo coreográfico de uma dança feita à glória do mesmo Santo.
Afonso Valente, troveiro, assim diz a Garcia de Resende:
Por tudo isto se constata: que já na primeira metade do século XVI era festejado S. Nicolau na Universidade de COimbra, como seu Patrono escolar. As representações hieráticas e as danças cénicas, de sentido dramático, constituíam uma parte do seu culto externo.
O cerimonial da procissão deixa-nos antever a sua imponência: à frente, para abrir o cortejo e afastar o povoleu, iria o meirinho com os seus archeiros armados de alabardas; depois os charmeleiros, tangendo seus instrumentos clangorosos; agora, seguia-se o corpo docente e doutoral, com suas vestes roçagantes e insígnias; a devida distância, viam-se os bedéis das várias Faculdades com suas maças de prata; em lugar de honra, como a sua alta prerrogativa ordenava, o Reitor; finalmente, os colégios dos religiosos, dos seculares, e os estudantes. Esta ordem hierárquica, este luzimento, esta pompa, não podiam deixar de exercer na imaginação dos escolares provincianos um deslumbre e desejos de imitação; - nomeadamente em Guimarães onde a nobreza tinha vínculos fortes, e, à sombra deles, alimentava com fausto os seus pergaminhos.
De facto, compulsando os estatutos deste primeiro estabelecimento de ensino, relativos a 1589, neles se consagra o dia 6 de Dezembro, a S. Nicolau.
A exteriorização deste culto desdobrava-se em procissão, espectáculos, danças, folias.
Camões, cuja vida escolar em Coimbra decorre de 1539 a 1542 - segundo Teófilo Braga -, dá-nos conta da existência de festas e exibições teatrais em honra de S. Nicolau, no seu auto - «El-rei Seleuco».
Diz nele certo personagem: «Tu fazes já melhores argumentos que moços de estudo por dia de S. Nicolau.»
Um destes argumentos teatrais - acrescenta o autor da «História da Literatura Portuguesa» - constituía o tema de um Mistério Sacro onde se representava o milagre dos três estudantes ressuscitados por S. Nicolau, e o arranjo coreográfico de uma dança feita à glória do mesmo Santo.
Afonso Valente, troveiro, assim diz a Garcia de Resende:
«De traz de San Nicolau,
em alto graao,
vos vi eu numa alta dança,
com essa pança mui atento...»
em alto graao,
vos vi eu numa alta dança,
com essa pança mui atento...»
Por tudo isto se constata: que já na primeira metade do século XVI era festejado S. Nicolau na Universidade de COimbra, como seu Patrono escolar. As representações hieráticas e as danças cénicas, de sentido dramático, constituíam uma parte do seu culto externo.
O cerimonial da procissão deixa-nos antever a sua imponência: à frente, para abrir o cortejo e afastar o povoleu, iria o meirinho com os seus archeiros armados de alabardas; depois os charmeleiros, tangendo seus instrumentos clangorosos; agora, seguia-se o corpo docente e doutoral, com suas vestes roçagantes e insígnias; a devida distância, viam-se os bedéis das várias Faculdades com suas maças de prata; em lugar de honra, como a sua alta prerrogativa ordenava, o Reitor; finalmente, os colégios dos religiosos, dos seculares, e os estudantes. Esta ordem hierárquica, este luzimento, esta pompa, não podiam deixar de exercer na imaginação dos escolares provincianos um deslumbre e desejos de imitação; - nomeadamente em Guimarães onde a nobreza tinha vínculos fortes, e, à sombra deles, alimentava com fausto os seus pergaminhos.
in A. L. de Carvalho,
O "S. Nicolau". Tradições Académicas de Guimarães.,
Liceu Martins Sarmento, 1943.
O "S. Nicolau". Tradições Académicas de Guimarães.,
Liceu Martins Sarmento, 1943.
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