continuação deste artigo.
3 – COMPONENTE DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICO-CIENTÍFICA
Esta terceira vertente é aquela de que, em minha opinião, mais estão as Nicolinas carecidas no sentido da sua credibilização científica.
Estas máximas de tradição académica mais antiga do Mundo, das origens no século XIV (teorias que eu próprio difundo com total consciência do seu reduzido grau de certeza ou confirmação documental), das ligações do São Nicolau a Guimarães, são tudo teorias muito respeitáveis, provindas de não menos respeitáveis historiadores ou investigadores ao jeito free lancer, que vêm esta festa com a mesma paixão com que eu e muitos de nós a vemos.
Era muito importante que as origens das Nicolinas, que os seus documentos, a sua bibliografia, pudesse ser vista por mais olhos, pudesse ser estudada por desinteressados na causa, pudesse em suma ser objecto de estudos históricos e científicos vários que credibilizassem as nossas bandeiras, em termos de antiguidade e de originalidade.
E não se pode dizer que se trate de uma festa sem documentos, os Pregões de S.Nicolau, brilhantemente compilados pela AAELG, mais o riquíssimo espólio dessa instituição, são certamente a matéria-prima para que muitos estudos e investigações possam ser feitos.
Claro está que, nesta componente, a edilidade assume um papel central.
Porque estamos a falar de objectivos que carecem já da disponibilização de muitos meios, designadamente económicos, tendentes a atrair quem investigue ou a conferir meios a quem esteja já disponível a proceder a tal investigação.
O patrocínio de estudo pelo Município era certamente uma estratégia acertada neste sentido.
Como o seria, no âmbito da participação municipal na novel Fundação Martins Sarmento, a dotação de meios e instrumentos àquela fundação que permitam que este seja um dos objectivos centrais, em termos de investigação, do trabalho a desenvolver naquela importantíssima instituição vimaranense
Mas uma coisa é certa. No âmbito de eventual candidatura a Património Imaterial da Humanidade, é imperioso que mais estudos históricos, científicos, étnicos e sociológicos em torno das Festas Nicolinas, da antiguidade das suas origens, na verdadeira origem dos seus tão peculiares e únicos números, etc., é imperioso dizia que tais estudos apareçam, que mais historiadores se empenhem na sua investigação.
Termino dizendo que, ao falar do futuro das Festas Nicolinas, intencionalmente deixei de parte um tema que é possivelmente parte inseparável desse futuro. Refiro-me naturalmente à eventual candidatura a Património Imaterial da Humanidade.
Fi-lo porque, conhecendo de dentro o processo por força das minhas funções na Assembleia Municipal, na fase em que ele agora está (no âmbito de Comissão Especializada), conheço agora melhor a distância a que ainda podemos estar de sequer essa candidatura poder vir a ser proposta pelo Estado Português à UNESCO (o que só pode suceder por uma vez em cada triénio).
E conheço ainda melhor os pressupostos na classificação, quais sejam, essencialmente, a necessidade de salvaguarda de uma tradição, isto é, tal catálogo direcciona-se para a disponibilização de meios que visem auxiliar a salvaguarda de tradições em deterioração, o que não é manifestamente o nosso caso. Sendo ainda que, pergunto-me, quem estará habilitado, formal e profissionalmente, para gerir esses meios que possam vir a ser disponibilizados? Estaremos nós preparados, antes de uma qualquer organização institucional como aquela que previamente referi, para gerir meios e recursos eventualmente disponibilizados pela UNESCO. Creio claramente que não, razão pela qual, para além das dificuldades inerentes à própria classificação ainda temos que nos debater com as que nos são endógenas e solucioná-las, para podermos estar preparados para um tal classificação.
Classificação que, como prémio e distinção (e não em face da necessidade de salvaguarda), todos ansiamos, porque merecida, sobre tudo para Guimarães que com dois patrimónios da humanidade nem saberia para onde se virar com o chamariz de atenções internacionais que isso colocaria na nossa cidade.
3 – COMPONENTE DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICO-CIENTÍFICA
Esta terceira vertente é aquela de que, em minha opinião, mais estão as Nicolinas carecidas no sentido da sua credibilização científica.
Estas máximas de tradição académica mais antiga do Mundo, das origens no século XIV (teorias que eu próprio difundo com total consciência do seu reduzido grau de certeza ou confirmação documental), das ligações do São Nicolau a Guimarães, são tudo teorias muito respeitáveis, provindas de não menos respeitáveis historiadores ou investigadores ao jeito free lancer, que vêm esta festa com a mesma paixão com que eu e muitos de nós a vemos.
Era muito importante que as origens das Nicolinas, que os seus documentos, a sua bibliografia, pudesse ser vista por mais olhos, pudesse ser estudada por desinteressados na causa, pudesse em suma ser objecto de estudos históricos e científicos vários que credibilizassem as nossas bandeiras, em termos de antiguidade e de originalidade.
E não se pode dizer que se trate de uma festa sem documentos, os Pregões de S.Nicolau, brilhantemente compilados pela AAELG, mais o riquíssimo espólio dessa instituição, são certamente a matéria-prima para que muitos estudos e investigações possam ser feitos.
Claro está que, nesta componente, a edilidade assume um papel central.
Porque estamos a falar de objectivos que carecem já da disponibilização de muitos meios, designadamente económicos, tendentes a atrair quem investigue ou a conferir meios a quem esteja já disponível a proceder a tal investigação.
O patrocínio de estudo pelo Município era certamente uma estratégia acertada neste sentido.
Como o seria, no âmbito da participação municipal na novel Fundação Martins Sarmento, a dotação de meios e instrumentos àquela fundação que permitam que este seja um dos objectivos centrais, em termos de investigação, do trabalho a desenvolver naquela importantíssima instituição vimaranense
Mas uma coisa é certa. No âmbito de eventual candidatura a Património Imaterial da Humanidade, é imperioso que mais estudos históricos, científicos, étnicos e sociológicos em torno das Festas Nicolinas, da antiguidade das suas origens, na verdadeira origem dos seus tão peculiares e únicos números, etc., é imperioso dizia que tais estudos apareçam, que mais historiadores se empenhem na sua investigação.
Termino dizendo que, ao falar do futuro das Festas Nicolinas, intencionalmente deixei de parte um tema que é possivelmente parte inseparável desse futuro. Refiro-me naturalmente à eventual candidatura a Património Imaterial da Humanidade.
Fi-lo porque, conhecendo de dentro o processo por força das minhas funções na Assembleia Municipal, na fase em que ele agora está (no âmbito de Comissão Especializada), conheço agora melhor a distância a que ainda podemos estar de sequer essa candidatura poder vir a ser proposta pelo Estado Português à UNESCO (o que só pode suceder por uma vez em cada triénio).
E conheço ainda melhor os pressupostos na classificação, quais sejam, essencialmente, a necessidade de salvaguarda de uma tradição, isto é, tal catálogo direcciona-se para a disponibilização de meios que visem auxiliar a salvaguarda de tradições em deterioração, o que não é manifestamente o nosso caso. Sendo ainda que, pergunto-me, quem estará habilitado, formal e profissionalmente, para gerir esses meios que possam vir a ser disponibilizados? Estaremos nós preparados, antes de uma qualquer organização institucional como aquela que previamente referi, para gerir meios e recursos eventualmente disponibilizados pela UNESCO. Creio claramente que não, razão pela qual, para além das dificuldades inerentes à própria classificação ainda temos que nos debater com as que nos são endógenas e solucioná-las, para podermos estar preparados para um tal classificação.
Classificação que, como prémio e distinção (e não em face da necessidade de salvaguarda), todos ansiamos, porque merecida, sobre tudo para Guimarães que com dois patrimónios da humanidade nem saberia para onde se virar com o chamariz de atenções internacionais que isso colocaria na nossa cidade.
André Coelho Lima
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