quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Efemérides Académicas (11)

16 de Outubro de 1828: À noite há comédia no teatro pelos estudantes, em comemoração da chegada a Portugal, do sr. infante D. Miguel. PL.

26 de Outubro de 1828: (Continuação, ou apêndice) Na parada: À frente da tropa veio colocar-se o carro com a Real Efígie, junto à qual ficaram em pé a fazer-lhe a corte os sobreditos Príncipe, 2 viscondes, magistrados, vereadores e mais pessoas do governo da vila. Quando o carro recolheu no Paço Municipal, a tropa formada em coluna repetiu os vivas que já havia dado no Campo, levantados pelo Coronel das milícias comandante da birgda, e feitas as devidas continências à R. Efígie e ao Príncipe, todos se retiraram. À noite, os estudantes representaram no teatro, cujos camarotes estavam muito ornados, um Elogio Dramático - "O Amar do Rei e da Pátria", que apenas o entusiasmo pode ouvir, sem interrompê-lo nos últimos versos com ardentes vivas, em correspondência aos que levantara o princípe, apenas se descobrira o retrato de El-rei. Seguiu-se a Memória e Trágica representação dos trabalhadores sofridos na conquista de Jerusalém pelos Cruzados e por Guido Luzignan, seu chefe, a tragédia "Zaira". Terminou o espectáculo, e já no dia seguinte, com a farsa "Falhado está o bocado para quem o há-de comer". Todo este espectáculo foi repetido pelos mesmos actores curiosos e com a mesma assistência em 10 de Novembro. Do "Correio do Porto".

5 de Dezembro de 1828: Neste dia e no seguinte saíram mascarados os estudantes como nos tempos remotos costumavam andar, deixando alguns anos de andar por lhe vedar alguns ministros. P.L.

14 de Agosto de 1832: Principia nesta vila o alistamento para a fundação de uma guarda urbana, composta de escreventes, estudantes, etc. O alistamento foi em casa do corregedor e ele quem promoveu a sua organização. PL

6 de Dezembro de 1832: Os estudantes não saíram mascarados como o costume, somente foram à renda e depois recolheram a suas casas por assim o haver ordenado o corregedor. Na véspera saiu o pregão levando os estudantes as caras pintadas e outras coisas que pouca diferença faziam de máscaras; no dia nem isso lhe consentiu. P.L.

6 de Dezembro de 1833: "Não saíram mascarados os estudantes como era seu antigo costume, tendo saído na véspera dia do pregão, em razão de uma queixa que dos estudantes fizeram ao General da província, oficiando este ao Corregedor para não consentir que saíssem mascaras neste dia. Os estudantes foram sem máscara e com os seus vestidos ordinários à renda". P.L. Foi a última vez que o Cabido satisfez aos coreiros e estudantes a costumeira (renda) de lhes dar: duas rasas de castanhas assadas, 2 almudes de vinho, 2 centos de maçãs, meia rasa de nozes, meia dita de tremoços e duas dúzias de molhos de palha paínça. Não mais lha deu, julgou-se desobrigado, por entender que estava compreendida nos dízimos, e estes haverem terminado porém foi-lhe posta uma demanda pelos estudantes, em número de 20 e por 3 meninos coreiros. - vide. NB. Para os coreiros assinarem o requerimento para a referida demanda com o cabido, os estudantes mandaram anonimamente por um carrejão convidá-los (ao engano) em certo dia, para a estalagem do Peixe, que era próxima à rua Caldeiroa, a fim de conduzirem na tarde desse dia 1 anjinho para a igreja de S. Sebastião. Eles foram vestidos coralmente para a estalagem, onde estava um caixão com 4 castiçais e suas velas a arder, cheio de doces e com vinho. Os estudantes fecharam-nos e, obrigando-os a assinar, deram-lhe os doces, &ª e pagaram a cada um a espórtula que costumavam receber. J. L. de F.

[in Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria. Manuscrito da SMS.]

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