No primeiro de Dezembro, à porta do “Afonso Henriques”, a estudantada, archotes acesos nas mãos dos garotos, soltava o grito “Ó Inácio, toca o Hino”, e aquela rapaziada desandava pelas ruas de Guimarães aos vivas, e um ou outro trauteava a letra adaptada, que começava assim:
“Ó homem da pêra branca!
Qu'é lá isso?”
Etc., etc, etc.
Depois eram as “Posses” e o Magusto, que terminava no alpendre da igreja de S. Pedro, dentro das grades, na distribuição das castanhas e da vinhaça à garotada, oleiros e música.
Geralmente o Inácio era caloteado pela Comissão Académica, que nunca prestava contas, e havia sempre um benfeitor que fiava a estudantada, nem sempre satisfeita, e parece que, afinal, o Inácio tinha certa afeição aos estudantes, como qualquer “nicolino”.
O homem do bombo era um preto, de bigodes grisalhos, que também distribuía o “Independente”, do Albano Pires de Sousa."
António de Quadros Flores (Coronel), Guimarães na última quadra do romantismo, 1898-1918, Tipografia Ideal, 1967, cap. XVII, pág. 54
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