Os seus pais eram cristãos devotos. Desde cedo, Nicolau deu mostras de predestinação. Quando foi baptizado, mal veio ao Mundo, ergueu-se, por si mesmo, para receber a água lustral. Recebeu uma educação esmerada. Ficou órfão ainda jovem, tendo recebido em herança bens de fortuna significativos, que decidiu consagrar a obras de caridade.
Nicolau andou em peregrinação pela Terra Santa e pelo Egipto. Após o seu regresso, o bispo de Myra (a actual cidade de Demre), seu tio, morreu, tendo sido nomeado seu sucessor. No ano de 303, Diocleciano pôs termo à liberdade religiosa, ordenando que em todo o império as igrejas fossem demolidas e os livros sagrados lançados ao fogo. Nicolau foi preso e enviado para o exílio. No ano de 313, o imperador Constantino restabeleceria a liberdade de culto.
S. Nicolau participou no primeiro concílio ecuménico da igreja, realizado em Niceia.
Antes da sua morte, S. Nicolau fez uma viagem a Roma, tendo-se detido, no caminho de regresso, na cidade de Bari, capital da Apúlia, na Itália Meridional. Viria a falecer no dia 6 de Dezembro de 343, tendo sido sepultado na sua cidade episcopal, Myra. No ano de 1087, os seus restos mortais foram roubados por mercadores italianos que os conduziram para Bari.
A vida de S. Nicolau e os seus actos estão envoltos em lendas que, na sua biografia, há muito se sobrepõem aos factos. A mais conhecida talvez seja aquela que narra a sua contribuição para salvar a honra de três irmãs atingidas pela pobreza, cujo pai não tinha com que as dotar com os meios que lhes permitiriam casar, vendo-se forçado a entregá-las à prostituição. Nicolau salvou-as de tal destino, atirando, de noite, três sacos com ouro suficiente para os dotes de cada uma das donzelas. Com o tempo, esta lenda iria alterar-se, tendo os três sacos de ouro tomado a forma de cabeças de crianças assassinadas, que Nicolau teria descoberto e devolvido à vida. Uma outra lenda fala de três príncipes que teriam sido condenados à morte e que se salvaram porque a sua inocência foi revelada por Nicolau ao imperador Constantino, a quem terá aparecido num sonho. Segundo outra tradição, Nicolau terá resgatado três marinheiros de uma tempestade, junto à costa da Turquia, milagre que explicará a sua condição de patrono dos marinheiros e de os todos os que viajam por mar.
Uma outra tradição refere-se três jovens que, tendo sido assassinados por um estalajadeiro, teriam sido ressuscitados por S. Nicolau. Num outro milagre, terá valido a uma criança que, certa noite, foi deixada sozinha em casa pelos pais e a quem o diabo terá estrangulado, depois de lhe ter aparecido, sob disfarce, pedindo pão. Mais uma vez, foi S. Nicolau que trouxe a criança de novo à vida. São lendas como estas que fazem de S. Nicolau o padroeiro das crianças, dos estudantes e dos solteiros.
Como protector das crianças, está na origem do costume de lhes oferecer presentes no dia da sua festividade (6 de Dezembro, data em que se celebra a sua morte), uso que ainda hoje se mantém, tendo sido transferido para o dia de Natal.
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