Reza a lenda que as Nicolinas tiveram origem nuns festejos medievos dos coreiros da Colegiada em honra de S. Nicolau. Falam-me de umas danças, ainda que tenha dificuldades em definir ao certo o que isto será…
Para começar, urge esclarecer o que são esses tais coreiros: clérigos, padres, que rezam no coro. Tinham o seu serviço protegido por estatutos antigos, que definiam o seu rendimento e demais direitos e, claro está, os seus deveres. Eram em número de 12, e para além deles, serviriam no coro seis padres capinhas. De entre os primeiros havia um que regia todo o coro: o chantre. Cabia-lhe a ele escolher os quatro moços do coro. Estes, sendo ainda moços, não teriam professado votos. Deveriam, no entanto, saber ler e escrever, e cabia a sua instrução em gramática e cantochão ao cónego Mestre-Escola.
Estranha-me, então, que para falarmos da origem das actuais festas tão profanas vamos buscar tão beatos padres. Se algum culto a S. Nicolau existiu, seriam então as conhecidas danças públicas medievais, levadas a cabo dentro dos templos, como homenagem ao santo. Fora deles, apenas havia as procissões… No entanto, desconheço qualquer registo de cultos na Colegiada no dia do santo bispo de Mira anteriores às da Irmandade.
Parece-me que teremos de procurar por outra origem para as actuais Festas. Se optarmos por ir na senda dos festejos dos estudantes, poderemos recuar século e meio face à instituição da Irmandade de S. Nicolau. Poderemos estudar um culto que ainda tem algum reflexo nas Nicolinas. Falo do culto a Nossa Senhora da Consolação.
Mas isso será assunto para outra conversa. Em breve…
Agradeço a frei António do Sacrifício Pelo Divino Sustento a ajuda prestada na elaboração deste artigo. A luz que emanou foi crucial para a elaboração deste documento.
Para começar, urge esclarecer o que são esses tais coreiros: clérigos, padres, que rezam no coro. Tinham o seu serviço protegido por estatutos antigos, que definiam o seu rendimento e demais direitos e, claro está, os seus deveres. Eram em número de 12, e para além deles, serviriam no coro seis padres capinhas. De entre os primeiros havia um que regia todo o coro: o chantre. Cabia-lhe a ele escolher os quatro moços do coro. Estes, sendo ainda moços, não teriam professado votos. Deveriam, no entanto, saber ler e escrever, e cabia a sua instrução em gramática e cantochão ao cónego Mestre-Escola.
Estranha-me, então, que para falarmos da origem das actuais festas tão profanas vamos buscar tão beatos padres. Se algum culto a S. Nicolau existiu, seriam então as conhecidas danças públicas medievais, levadas a cabo dentro dos templos, como homenagem ao santo. Fora deles, apenas havia as procissões… No entanto, desconheço qualquer registo de cultos na Colegiada no dia do santo bispo de Mira anteriores às da Irmandade.
Parece-me que teremos de procurar por outra origem para as actuais Festas. Se optarmos por ir na senda dos festejos dos estudantes, poderemos recuar século e meio face à instituição da Irmandade de S. Nicolau. Poderemos estudar um culto que ainda tem algum reflexo nas Nicolinas. Falo do culto a Nossa Senhora da Consolação.
Mas isso será assunto para outra conversa. Em breve…
Agradeço a frei António do Sacrifício Pelo Divino Sustento a ajuda prestada na elaboração deste artigo. A luz que emanou foi crucial para a elaboração deste documento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário