segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Do Bando

Sempre achei curiosas as vestimentas que os estudantes usam hoje durante as festas ao seu Santo. Uma delas é a que usam no Pregão alguns membros da Comissão. Pelo costume, aquele que irá recitar o Bando (que de há muitos anos a esta parte é um dos dez comissários) deverá envergar o traje dito de gala (batina, calça, colete e sapatos do traje "normal", camisa branca de bicos, luvas brancas) com um laço branco, e uma mascarilha da mesma cor. Segundo reza a tradição, a mascarilha, que também costuma ser usada pelo Presidente e pelo ponto (mas as destes em verde), serve que não se conheça a identidade de quem recita os versos. Pelo que muitos contam e defendem acerrimamente, terá sido essa máscara de especial utilidade nos tempos da outra senhora, quando o Pregão ia à vistoria ao reitor do liceu, em que alegadamente conteria impropérios contra a ordem vigente.

Ora, se assim era, por que raio é que vinha o nome do Pregoeiro e do autor do Bando escarrapachados em todas as cópias que se faziam do mesmo? Uma rápida incursão ao livro dos Pregões (que contém todos estes textos que sabemos chegados até nós desde 1817 até 1997) leva-nos a constatar isso mesmo: salvo raríssimas excepções, aparece sempre mencionado o nome de ambos os indivíduos.

Para quê, então, persistir em tão mirabolante explicação? Mais vale assumir que, à semelhança de quase todas as tradições que as festas assumiram como suas em 1895, também a mascarilha serve apenas para dar um ar romanesco a quem bota a faladura...


Frei Clemente, em Santa Maria das Dores inspirado

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