sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Pinheiro erguido, festas começadas

Já lá está, ao alto, imponente e grandioso, a pedir meças às torres de S. Gualter, o mastro que anuncia que a Academia Vimaranense está, por estes dias, em festa. O cortejo foi, como já se dizia em 1925, como de costume. E, como de costume, foi diferente, espontâneo, anárquico, algumas vezes desafinado, mas imensamente participado e grandioso. Muita gente, mas não como sempre, já que era muita mais do que num passado não tão distante assim, porque agora também são muitos mais os estudantes. Como sempre, comentava-se que, este ano, o pinheiro é mais pequeno. Como sempre, não sei dizer se o é, ou não, mas sei que os bois me pareceram menos do que o costume (longe vão os tempos das mais de duas dúzias de juntas a puxarem o tronco) e menos avantajados do que os de outrora. Mas tinham uns cornos magníficos, é verdade. O Pinheiro, cumprindo a sua função anunciadora do que está para acontecer, foi, verdadeiramente, uma festa* ruidosa e regada, que desafiou a noite fria, como manda a tradição. Agora, está nas mãos dos nossos estudantes fazerem com que os outros números do programa Nicolino tenham grandeza e participação à altura do acto preliminar.

*O Pinheiro é uma festa, meus senhores. Por que raio persistem em dar-lhe nome de funeral? Será por confundirem um pinheiro com uma gata qualquer?

O Egresso António do Sacrifício Pelo Divino Sustento

2 comentários:

Anônimo disse...

Os bois, também eles foram "com'ó costume": não excedendo a dúzia. Mas consta que este ano até eram mais do que o habitual, isto se contarmos com os bois que seguiam ao lado dos touros, uns de vestimentas azuis e de chapéuzinho da mesma cor, esses sim violentos e enfurecidos.

Quanto ao enterro, sem dúvida. Hão-de eternamente comparar o inigualável erguer do Pinus Pinaster, qual grotesco falo, com o enterrar do Felis silvestris catus bracarensis.

Anônimo disse...

Pois é: os costumes vão-se fazendo. Já dizia o velho Jacinto: basta uma coisa acontecer duas vezes para se tornar num costume ou numa tradição antiquíssima. Dito isto, direi que os 12 bois do costume de agora, são tantos como os do costume de 1895. Se lhes juntarmos mais 40, claro.

Quanto aos rapazes vestidos de azul, fazem parte de um processo em curso que tem como missão defender-nos de nós próprios, não nos deixando fumar, nem beber, obrigando-nos a comer papinhas saudáveis e a não nos portarmos mal nas Nicolinas.